A
mãe pergunta ao filho
de dois anos:
de dois anos:
- Quer
uma bolacha?
E a criança responde rapidamente:
-
Uma não, quero muitas!!!
Desde
muito pequenas, as crianças iniciam o processo de construção numérica. Vivem em
uma cultura em que as pessoas lidam constantemente com pagamentos e trocos ou
contam dias para uma determinada data. Da mesma forma as crianças vivenciam situações
numéricas e experiências de responder perguntas sobre quantos anos têm, qual o
número do calçado, brincam de telefone, trocam canais da televisão, o que
desperta a curiosidade da criança e seu desejo de apropriar-se deste saber. Em
contra partida, essas mesmas crianças, estão entrando nas escolas cada vez mais
cedo, o que permite ao educador a intervenção precoce no desenvolvimento do
conceito número.
Ensinar
matemática envolve concepções, durante anos destacou-se as do ensino
tradicional que tinha como metodologia a apresentação de conceitos,
procedimentos e propriedades, seguida de atividades. Segundo esta concepção, é
por meio do treinamento que o aluno irá interiorizar o conhecimento matemático,
não há espaço para autonomia do aluno, para que ele possa criar e aplicar estratégias
próprias ou aplicar procedimentos diferentes daqueles já explorados.
Já
uma metodologia distinta da tradicional, se pauta na participação do aluno nas
resoluções dos problemas, em atividades que devem ser planejadas e organizadas
de forma a favorecer a construção coletiva ou individual de estratégias
próprias, que o auxilie a pensar e estruturar seu raciocínio. Os livros
didáticos mais frequentes optam por mesclar esses dois modelos.
Podemos
assim, pensar a matemática a partir da proposta que permita a criança criar,
explorar e inventar seu próprio modo de expressão e de relação com o mundo. Cabe
ao educador criar condições que ofereçam estímulos que desenvolverão a
curiosidade.
Inicialmente
permitindo que os alunos vivenciem o aspecto lúdico. Brincando, a criança se
apropria de sua realidade e lhe atribui significado, assim sendo para que a
criança construa o conceito número, é importante terem contato com o concreto,
para que este se torne abstrato no conhecimento. Assim como os materiais
concretos que devem ser manipulados pelos alunos, o jogo também se faz um
recurso didático bastante recomendado pelos estudos em Educação Matemática,
pois além do aspecto lúdico, tem importante papel na integração da criança ao
contexto escolar. Favorece a construção do conhecimento matemático em grupo e
desenvolve comunicações matemáticas. Brincadeiras como amarelinha, tabuleiro,
caça ao tesouro, entre outras permite ao professor a analise dos conhecimentos
prévios dos alunos, com destaque as que trazem nítidos traços culturais existentes
na rotina da criança, possibilitando que ela identifique a matemática no seu
cotidiano.
É
fundamental que o educador saiba selecionar atividades adequadas a cada idade e
ao nível de desenvolvimento no qual a criança se encontra, sabendo que a
aprendizagem dos números e as operações são uns dos principais objetivos do
ensino de Matemática nos primeiros anos do Ensino Fundamental e que o ensino
deve progredir de atividades bem concretas para, gradativamente, chegar ao
conceito número.
É
importante já nos anos iniciais do Ensino Fundamental, contextualizar os
conceitos matemáticos, ou seja, dar significado ao estudo, para que existe e
foi criado, permitindo que o aluno identifique a Matemática que está presente
na cultura, apresentando a matemática construída por diferentes povos para
diferentes utilizações, abordando a história da matemática. Neste processo os
textos variados merecem destaque. As cantigas, fábulas, quadrinhos, receitas
culinárias, auxiliam o aluno a entender melhor grandezas e medidas envolvidas bem
como proporcionalidades.
Sendo
assim, o processo de aquisição do número é a base para toda sua aprendizagem
futura da matemática. Processo esse iniciado pela contagem recitada pelas
crianças e pela matemática incorporada no dia a dia e contextualizada
culturalmente. O educador tem o compromisso de possibilitar atividades e
situações que permita ao aluno desenvolver o fazer matemático.
Referências:
BRASILIA. Ministério da Educação. Secretária de
Educação Básica.
Explorando o ensino: Matemática. Vol.17.
2010
FONTE, Patrícia Lopes da. Encontro com os números. Coleção Educação Infantil.
São
Paulo:Minuano, 2010.
SÃO PAULO. Prefeitura da Cidade. Secretária da
Educação. Orientações Curriculares,
Expectativas de Aprendizagens e Orientações Didáticas para Educação Infantil. 2007.
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